Fevereiro 9, 2021

Abóbora-menina. Bonita, vaidosa, formosa. A natureza também se fez bonita para entrar na nossa cozinha.
Simples. Abóbora bem escorrida, farinha quanto baste, aguardente.
Bolo-Rei de Alvarinho Fresco e leve como um bom vinho verde, neste caso um Muros de Melgaço que lhe serviu de base. Encontro feliz entre uma massa gulosa e um recheio cheio de sabor. Francisco Gomes a dizer-nos como a pastelaria é uma arte que acontece na sublimação do sabor e da beleza. O Minho abraça-nos sempre que o visitamos.
A natureza deu-nos esse fruto adstringente que é o marmelo. A arte da cozinha deu-nos este maravilhoso marmelo assado. Uma verdadeira perdição!
Estava a ajeitar a montra dos chocolates da minha pastelaria num gesto tão rotineiro como tantas vezes e, num relance, este chapéuzinho da Regina fez me voltar alguns anos atrás no tempo. E o cheiro do chocolate fez se guloso na minha memória. Do tempo em que tínhamos direito a um chocolate pelo Natal.
Li que, no passado, era habitual que uma oliveira fosse dividida por dois filhos, em herança. Gosto de pensar que é esta a história desta oliveira. Gosto do que ela deixa ver e sentir, o de cá e o de lá. Precisamos de mais do que nos deixa ver as duas metades, espaço permeável que se liga por raízes que não se vêem mas que se sentem.
Pelos caminhos do Montemuro, recanto imperdível de Portugal!!
Citrus Deliciosa ou tangerina. Um fruto em contra-ciclo. Quando está a natureza dormente, estão a tangerineira e a laranjeira no seu auge. Definitivamente, um sol em dia de inverno.
Beiras. “Cada solo faz seus homens, como faz suas árvores e suas flores”
O frio coalhou o azeite. Nada sai desta almotolia. O sol vai ajudar a que o fluido deslize. A almotolia, registo maravilhoso da forma/função. E da história e do belo. Há objectos assim.
Ao Sabor de Portugal